sábado, 28 de abril de 2012

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|13/02/2006| Afinal, o que é marketing eletrônico?
Por: André Grützmann, M.Sc.
A Internet tem sido um dos grandes avanços, facilitando a comunicação entre as empresas e os clientes. Estas facilidades oferecidas aos consumidores fazem com que o nível de exigência aumente, buscando novos produtos e serviços que os satisfaçam. O crescimento na utilização da Internet possibilitou novas alternativas de realização das tarefas e relacionamentos. O amadurecimento do comércio eletrônico afetou o relacionamento entre empresas e clientes. O novo marketing, contemplando esta realidade, deve entender as mudanças nos conceitos de tempo e espaço. As organizações precisam utilizar as novas redes de comunicação, formatos digitais da informação, integração dos sistemas e, principalmente, interatividade com o cliente.

A profusão de inovações tecnológicas e práticas em comércio eletrônico permitiu diversos entendimentos para o marketing eletrônico. Existe confusão entre conceitos e denominações de marketing digital, marketing eletrônico e marketing na Internet. Isto pode ser explicado pelo fato do marketing eletrônico permear diversas áreas de estudo (marketing, tecnologia de informação, Internet) e influenciar várias atividades dentro das organizações (marketing, vendas, produção).

Hoge (1993 apud VIEIRA, VIANA, ECHEVESTE, 1998) inclui televisão, rádio, telefones, quiosques multimídia: qualquer transferência de bens ou serviços do vendedor para o comprador que envolva um ou mais meios eletrônicos. Pode ser observado que a disciplina continua baseada em conceitos de marketing, acrescida dos conceitos de tecnologia de informação e Internet.

Para Frost e Strauss (2000), o e-marketing (marketing eletrônico) é o marketing impregnado com tecnologia. Isto leva a aumentos de eficiência e criação de novos modelos de negócios que adicionam valor para os clientes com maiores lucros. Esta nova modalidade afeta o marketing aumentando a eficiência das funções tradicionais e transformando as estratégias.

Reedy, Schullo e Zimmerman (2001, p. 26) colocam "marketing eletrônico como todas as atividades on-line ou eletrônicas que facilitam a produção e a comercialização de produtos ou serviços para satisfazer os desejos e as necessidades do consumidor. O marketing eletrônico depende muito da tecnologia de redes para coordenar pesquisa de mercado e desenvolvimento de produtos, desenvolver estratégias e táticas para persuadir os consumidores, proporcionar distribuição on-line, manter registros dos consumidores, realizar serviços de atendimento aos consumidores e coletar feedback dos clientes. O marketing eletrônico aprimora o programa geral de marketing que, por sua vez, viabiliza os objetivos da empresa no comércio eletrônico."

As mudanças trazidas pelas novas tecnologias e pelo comércio eletrônico modificam as atividades de marketing. O novo marketing deve entender a mudança nos conceitos de tempo e espaço, as necessidades dos consumidores são diferentes e estes têm nova postura frente aos anúncios e anunciantes.

As oportunidades para a aplicação do marketing eletrônico crescem com a introdução de novas tecnologias. Os modelos de negócio que surgem baseados em novos conceitos servem de referência para a construção de metodologias aplicáveis em outras organizações. Seybold (2000) afirma que as empresas dispostas a ingressar no mundo eletrônico devem focar o cliente. Para alcançar os objetivos, a autora sugere cinco etapas: facilitar os negócios do cliente com a organização; enfocar o cliente final de seus produtos
e serviços; redesenhar os processos de negócios relacionados ao cliente, do ponto de vista do cliente; conectar a empresa para obter lucro, concebendo uma arquitetura de negócios eletrônicos, abrangente e progressiva; fomentar a lealdade do cliente para conseguir rentabilidade.

Segundo Seybold (2000), existem oito fatores críticos de sucesso que devem ser observados por empreendimentos virtuais: enfocar os clientes certos; dominar a experiência do cliente; agilizar os processos de negócios que influenciam o cliente; oferecer uma visão completa do relacionamento com o cliente; permitir que os próprios clientes cuidem de seus negócios; ajudar os clientes a fazer seu trabalho; prestar serviço personalizado; fomentar a comunidade.

Bruner, Harden, Heyman (2001) apresentam a possibilidade da Web tornar-se um braço econômico dos esforços de marketing de uma empresa, desde que exista um objetivo claro e mensurável. Os autores afirmam que, apesar das diferenças entre as metas de negócios, os empreendimentos on-line devem avaliar o retorno sobre o investimento (RSI). Para eles, as seguintes possibilidades de RSI na Internet devem ser avaliadas pelos profissionais de marketing: solidificação da marca; geração de perspectiva de vendas; vendas on-line (e-commerce); suporte ao cliente; pesquisa de mercado; publicação de conteúdo.

As modalidades de marketing eletrônico estão diretamente ligadas com produtos, necessidades de comunicação e estágio de evolução da organização na Internet. Estas modalidades não são mutuamente excludentes, dependendo do interesse e possibilidades de alocação de recursos e implementação da empresa: Website próprio - o website da organização estabelece sua presença na Internet, possibilitando a todos os usuários explorarem as informações e serviços disponibilizados; Intranet; Parceria com portal web; Banner; Links em outros websites; Listas e Grupos (newsgroups) de discussão; Mala Direta Eletrônica (e-mail); Anúncios em Classificados Eletrônicos.

A dificuldade em adaptar a organização para a cultura baseada na Web é grande. A aplicação de tecnologias é insuficiente, Ghosh (1998) concorda, dizendo que estabelecer presença na web é simples, mas bastante difícil criar modelos de negócio baseados nela. O autor afirma que mudanças trazidas pela Internet são estratégicas e fundamentais, afetando o relacionamento com consumidores e proposições de valor para muitas companhias.

Kanter (2001) afirma que uma organização não é transformada pela simples criação de um web site. O sucesso de uma iniciativa deve incluir a remodelagem do trabalho, revisão das premissas sobre consumidores, comunicação externa e interna, processo decisório, operações, comportamento gerencial, motivação e retenção dos empregados. Segundo a autora, este novo modo de enxergar a organização não é um problema tecnológico, mas sim, humano.

O crescimento das atividades empresariais na Internet demonstra que existe interesse pelo novo meio. As vantagens apontadas pelas organizações pioneiras estão sendo comprovadas e perseguidas. Este conhecimento está delimitando uma nova disciplina de marketing que utiliza a tecnologia efetivamente para alcançar seus objetivos.

REFERÊNCIAS
BRUNER, Rick E.; HARDEN, Leland; HEYMAN, Bob. Marketing On-line. São Paulo: Futura, 2001.
FROST, R.; STRAUSS, J. e-Marketing. New Jersey, USA: Prentice Hall, 2000.
GHOSH, Shikhar. Making Business Sense of the Internet. Harvard Business Review, v. 76, n. 2, p. 126-135, March-April, 1998.
KANTER, Rosabeth Moss. The Ten Deadly Mistakes of Wanna-Dots. Harvard Business Review. p. 91-100. Jan. 2001.
REEDY, Joel; SCHULLO, Shauna; ZIMMERMAN, Kenneth. Marketing Eletrônico: a integração de recursos eletrônicos ao processo de marketing. Porto Alegre: Bookman, 2001.
SEYBOLD, Patricia B. Clientes.com. São Paulo: MAKRON Books, 2000.
VIEIRA, Berenice L. A., VIANA, Debora A., ECHEVESTE, Simone S. Comércio Eletrônico via Internet: uma abordagem exploratória. In: ENANPAD, 22, 1998, Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: ANPAD, set. 1998. 1 CD-ROM

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